O principal ponto forte dela é a adaptabilidade a climas extremamente quentes e secos — como o do Catar — além de ter capacidade de irrigação com água do mar.
A grama tem maior incidência em áreas litorâneas do Brasil, com presença em todos os estados do Nordeste e Sul e em alguns do Sudeste, Centro-Oeste e Norte, segundo mostra um catálogo do governo brasileiro chamado Flora do Brasil.
A espécie também é nativa da África e da Austrália e especula-se que ela tenha sido levada para os EUA durante o século 18, em meio às navegações do período, segundo um estudo acadêmico do pesquisador James Beard, da Universidade Texas A&M.
Apesar da presença da espécie por aqui, a patente usada na Copa do Mundo de 2022 tem dificuldade de ser importada por conta da burocracia que o processo exige, comenta o agrônomo Patrick Ferreira.
Segundo ele, a importação pode levar até dois anos para ser aprovada pelo governo.
"Além de passar pela quarentena, ela precisa passar por um laudo — de estar isenta de pragas, doenças e plantas daninhas — que é uma outra empresa que precisa fazer, é uma situação bem complexa."
A grama Platinum foi plantada nos Estados Unidos e levada para o Catar em mudas acondicionadas em caixas de papelão, em um avião refrigerado.
É o que explica Flávio Piquet, sócio da empresa brasileira Greenleaf, que participou da instalação de cinco dos oitos estádios da Copa do Catar: Al Bayt, Al Thumama, Education City, Ahmed bin Ali e Al Janoub.
As mudas foram plantadas nos arredores dos estádios, em "pequenas fazendas". "A ideia é que, se precisasse trocar o gramado da noite para o dia, isso seria feito com facilidade", conta Piquet.
Um fato importante é que toda grama precisa ser plantada em areia pura e jamais em solo argiloso, para que não haja retenção de água.
À medida em que as arenas foram ficando prontas, a Platinum TE Paspalum foi sendo instalada nos estádios.