Maior ídolo do futebol argentino não resiste a mal súbito duas semanas depois de cirurgia no cérebro. Mundo do futebol lamenta, e Argentina decreta luto oficial de três dias.
Diego Armando Maradona morreu nesta quarta-feira, aos 60 anos, após uma parada cardiorrespiratória. Um dos grandes da história do esporte e maior ídolo do futebol argentino, o astro sofreu um mal súbito no fim da manhã, quando ambulâncias foram chamadas à casa onde ele se recuperava de uma cirurgia no cérebro, em Tigre, na zona metropolitana de Buenos Aires. O ex-jogador, porém, não resistiu, tendo sua morte confirmada pela imprensa argentina e pela TV pública do país no começo da tarde.
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, declarou luto oficial de três dias no país. Em postagem nas redes sociais, o chefe de Estado lembrou que Maradona levou a Argentina "ao topo do mundo" e fez o país "imensamente feliz. "Fostes o maior de todos. Obrigado por ter existido, Diego. Sentiremos sua falta para toda a a vida", escreveu o presidente.
Maradona já havia preocupado os fãs no começo do mês, quando foi internado às pressas, com sintomas de anemia. Na época, foi descoberta uma pequena hemorragia no cérebro, e o ex-jogador precisou passar por uma cirurgia para drená-la. Após mais de uma semana de internação, ele recebeu alta no dia 12 de novembro e teria ficado em casa no período.
Logo após a confirmação da morte de Maradona, as redes sociais foram dominadas por manifestações de fãs mundo afora. O Twitter contabilizou mais de três milhões de postagens sobre o adeus ao craque em cerca de duas horas, como mostra o mapa abaixo.
Campeão mundial com a Argentina em 1986 - quando marcou dois gols históricos nas quartas de final contra a Inglaterra, o da "Mano de Dios" e o segundo, driblando meio time inglês -, Maradona teve sua carreira marcada pela genialidade em campo e pelas polêmicas fora dele. O camisa 10 defendeu a seleção em 91 jogos, atuando em quatro Copas do Mundo: 1982, 1986, 1990 e 1994. Enfrentou o Brasil em duas delas: foi expulso na derrota por 3 a 1 pela segunda fase da Copa da Espanha-82, e na Itália-90 fez toda a jogada do gol de Caniggia na vitória por 1 a 0 que eliminou o Brasil. No Mundial dos Estados Unidos-94, viveu um dos piores momentos de sua trajetória, quando foi pego no exame antidoping ainda na primeira fase da competição.
Nos clubes, sua trajetória começou no Argentinos Juniors, onde brilhou e ganhou uma chance no Boca Juniors, seu time do coração. De lá, rumou para o Barcelona e depois para o Napoli, onde viveu um caso de amor com a torcida e fez história com a conquista de dois títulos italianos - os únicos da história do clube, onde Maradona é o grande ídolo até hoje. Após passagens por Sevilla e Newell's Old Boys, Maradona encerrou sua carreira no Boca, em 1998, e passou a ser figura comum em jogos na Bombonera.
Fonte:G1 Imagem: Reprodução